A Medida das Coisas foi uma exposição, que ocorreu em 2022, marcando o encerramento da residência artística realizada na Casa da Escada Colorida (Rio), com orientação e curadoria de Fernanda Lopes.
Fotografias: Diana Sandes e Clara Hamamura
A Medida das Coisas foi uma exposição, que ocorreu em 2022, marcando o encerramento da residência artística realizada na Casa da Escada Colorida (Rio), com orientação e curadoria de Fernanda Lopes.
Fotografias: Diana Sandes e Clara Hamamura
Leia o texto sobre a exposição
A MEDIDA DAS COISAS
Esta exposição marca o encerramento do 4º Ciclo da Residência Artística da Casa da Escada Colorida, que entre abril e setembro deste ano reuniu nos ateliês da casa e em encontros presenciais e virtuais Almeida da Silva, Ana Carolina Videira, Diana Sandes, Elisa Paiva, Fernanda Morais, Loren Minzú, Marina Lazzarotto e Renata BN. Artistes de diferentes trajetórias, diferentes gerações, com diferentes referências, que apresentam aqui suas produções mais recentes. Produções marcadas por pesquisas e processos artísticos interessados em suportes têxteis e práticas de bordadura, na costura como método, em saberes e práticas ancestrais, na desarticulação e rearticulação de imagens e das ideias de realidade e ficção, nas articulações entre tempo-corpo-espaço, e no local de morada e de exílio. Suas práticas investigam articulações com a educação, o gesto, a multiplicidade, a memória, os fazeres manuais, as paisagens urbanas, e a passagem do tempo.
Nesse grupo de artistes e obras, é a ideia de corpo uma das chaves de leitura possíveis. O corpo como imagem, material, suporte, meio, lugar e alvo. Presente ou ausente. No esforço histórico de conhecimento, entender e mudar o mundo, o corpo humano foi inúmeras vezes tomados como referência para “a medida de todas as coisas”. Idealizado como algo uno e de proporções perfeitas, “o corpo” em suas partes, como pés, mãos, dedos, palmas, antebraços, braços abertos, passos, e até mesmo ausências, foram padronizadas e usadas desde tempos remotos, em diferentes culturas, como referências de como lidar com o mundo a nossa volta. Aqui, nessa exposição, é nas mais diferentes possibilidades de configuração e presenças dos corpos, definitivamente em sua pluralidade, que se dá a articulação, o pensamento e a constituição desses trabalhos.
Impossível não pensar em Paul Valéry: “A pele cobre tudo aquilo que somos. É o invólucro, a embalagem que contem de órgãos a sonhos. Ela cobre nossos pensamentos, abriga nossa alma. (…) Ela contorna o que somos, molda nossos limites e ilustra nossos sentidos. (…) É incrível como a pele, apesar de ficar por fora, possa ser o que existe de mais profundo em nós”.
Fernanda Lopes
Trabalhos expostos:
Legião, 2022
Monotipias em papel e fio de algodão.
Dimensões variadas.
Fomos o mesmo corpo, 2022
Impressão em vidro a partir de monotipias digitalizadas e suportes metálicos.
Dimensões variadas.
Migrações, 2022
Porcelana, linha e terra.
Dimensões variadas.
Date:
16 de janeiro de 2023
Category:
Artes